Dia 26 de junho, quinta-feira a partir das 19h.
As simbologias da casa engendram uma poética instigante em torno do corpo e têm sido uma constante na produção da arte contemporânea. Seja através de elementos imprescindíveis em um lar, seja pelo aspecto da arquitetura interna e externa, a casa sempre repercute a dimensão humana em seus contextos político-sociais e assim, conseqüentemente reflete o próprio corpo. Porém, não mais limitado em si mesmo. Dentro dessa poética, os artistas convidam o público para um bate-papo sobre a exposição CASA/CORPO e seus processos individuais.
Os artistas e suas obras...
Klinger Carvalho utiliza móveis na construção de esculturas de grandes dimensões. Agregados em blocos e cercados por grades metálicas, esses móveis reforçam a idéia de inacessibilidade do corpo, tanto em relação à conjuntura interna quanto à externa da casa, suscitando questionamentos a respeito das fronteiras entre casa & corpo e também, entre corpo & mundo. Suas obras abrangem desse modo, um aspecto crítico diante dos conflitos da vida contemporânea. “Variação em Vermelho – O Viajante percorre Territórios Incógnitos” (2006).
Dione Veiga Vieira iniciou carreira como pintora e desenhista no início dos anos ’80. A partir do ano 2000, passa a realizar esculturas com materiais diversos de aspecto orgânico. As instalações posteriores desenvolveram uma analogia casa/corpo concomitantemente à poética da ausência do corpo através do uso de móveis, objetos e fotografias. Na exposição CASA/CORPO, a artista apresenta uma instalação com móveis em cor preta, louças brancas e artefatos metálicos, prosseguindo assim, com as metáforas de ausência assinaladas pelo estranhamento de inusitadas composições.
Luciano Zanette e Gabriela Picoli realizam instalações que utilizam esculturas elaboradas a partir de móveis e intermediadas por imagens fotográficas; obras que possuem referências diretas do corpo e acima de tudo, densas reflexões sobre as relações humanas. Em 1998 fundaram o projeto Comfluência, juntamente com Jerri Rossato Lima, Marcio Quadrado e Simone Bernardes. Luciano Zanette também participa, desde 2002, do coletivo P.O.I.S com os artistas Marcelo Gobatto e Claudia Paim. Na exposição CASA/CORPO, Zanette apresenta a escultura intitulada CASA-TRABALHO construída com madeira e asfalto formando um diálogo misterioso e envolvente junto às fotografias de Gabriela Picoli, imagens que nos lembram de como o corpo é moldável, adaptável e sempre rico de possibilidades.
Laura Cattani e Munir Klamt – Grupo-Ío – apresentam espetáculos multimídias e exposições com uma atmosfera carregada e onírica baseada na biografia de um personagem pinçado nos arquivos da história local: A. Hilzendeger Feltes. Dentro dessa proposta desenvolvida desde 2003, os dois artistas utilizam vários elementos relacionados à imagem da casa, como móveis e roupas do vestuário feminino e masculino, para compor instalações numa fábula visual repleta de reminiscências do corpo.
Marcelo Gobatto, videoartista, professor, produtor e diretor de vídeo desde 1990; integrante do grupo P.O.I.S, juntamente com Luciano Zanette e Claudia Paim. Suas obras elaboram fundamentalmente a questão do tempo. Na exposição CASA/CORPO, Gobatto apresenta uma videoinstalação cuja seqüência de imagens é cuidadosamente concebida para uma atenta fruição do espaço-tempo de uma casa. O foco sobre os vários objetos e móveis vasculham os vestígios da história de um corpo: suas memórias afetivas, suas crenças e hábitos cotidianos. Maria é o nome dessa casa-corpo que, delicadamente, vai se desvelando sob as sensíveis lentes do artista, em um universo pleno de luz. Além de Maria, Gobatto nos apresenta Experimento Corpo um (2008), vídeo em que o artista explora as características arquitetônicas do próprio lugar da exposição investigadas com relação ao seu próprio corpo.
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foto: Juliana lima
acima à direita: frame do vídeo de Marcelo Gobatto
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Encontro com os artistas: 26 de junho a partir das 19h
visitação até 02 de julho de 2008
de segunda a sexta das 8h às 17h30min