3.13.2008

Exposição Desenho no Plural


Quem de nós nunca recorreu ao desenho para expressar uma idéia, ou até mesmo para localizar-se na cidade? O desenho, que surge como a primeira forma gráfica de expressão do pensamento, ao longo de sua história, adere novos meios e formas. Desenho é linguagem, pensamento, ação. Às vezes, ele flui num único golpe. Tão logo nasce como pensamento, escorre pelas veias, vertendo pela caneta em direção à superfície marcada. Feito de linhas ou pontos deslocados, o desenho registra o atrito do corpo com a superfície, marca um percurso, onde a linha é o limite que poderá ainda borrar-se. Inscrita ou projetada, a linha diferencia campos, organiza o espaço e as idéias. O desenho revela pela sombra por pertencer ao mundo das projeções. Nele lançamos nossos espíritos e também gravamos nossas memórias. Para tanto, é preciso criar estratégias e métodos. No meio do caminho, alguns projéteis são lançados e outros perdidos. Com a linha nas mãos, Nathália García projeta/instala sua teia planificada sobre a galeria. Através de monotipias, Letícia Costa Gomes convida-nos a caminhar com os olhos em seus labirintos. Tchello d'Barros captura linhas imaginárias nas superfícies de contato do corpo. Gerson Reichert apodera-se de um convite para lançar palavras, encobrir superfícies e deslocar sentidos. Carlos Asp explora chão e parede, ao grafar a carvão corpos circulares rumo ao sem-fim. Nina Moraes faz do desenho trepadeira, de onde nascem os seus personagens. James Zortéa sobrepõe planos e projeta sombras de um jardim animado no espaço subterrâneo do DMAE.

Lilian Maus
Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais do Instituto de Artes, UFRGS.

obra acima à esquerda: (detalhe )O Fio da Entre[Meada], de Letícia Costa Gomes; à direita, desenho de Carlos Asp; abaixo, instalação de Nathália García








Tchello d'barros






















Nina Moraes


Gerson Reichert


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Fluxos no Jardim, de James Zortéa

4 comentários:

Lilian Maus disse...

As fotos estão ótimas, Juliana.
Muito boas mesmo. Muito interessante
a sobra projetada do trabalho do Gerson e logo ao fundo os campos do Asp. Parece que tudo converge nela, uma espécie de buraco.

Unknown disse...

Ridículo o uso de uma imagem religiosa para uma obra profana. Certamente o pretenso artista não gostaria de ver seu pai e sua mãe tratados com desrespeito... E podem começar os inquisidores de plantão a perseguir a religião alegando contra ela exatamente o que fazem ao inverso.

LETÍCIA COSTA GOMES disse...

Parabéns pela produção Juliana, no blog uma mostra da linda exposição da qual és curadora!

Flávio Silva disse...

Gostei muito da produção,
Parabéns!!!
Descobri agora o blog e a exposição, achei D+++
Valeu.
Flávio Silva